Rodrigo Conceição Santos (Especial FTTH Meeting)– 19.11.2020 –
As redes preconectorizadas possibilitam agilidade na ativação de novos clientes das operadoras e provedores de internet. É o que demonstrou Rafael Kohiyama, especialista técnico da Fibracem, em palestra durante a 6a Edição Virtual do FTTH Meeting, realizada nesta semana. Para contextualizar, ele resgata o histórico das redes FTTH (fibra óptica até a casa do usuário), lembrando que as primeiras soluções surgiram principalmente para atender condomínios de alto padrão.
“Quando as operadoras perceberam a oportunidade de negócio ao oferecer o FTTH em massa, passaram então a fazer ofertas para residências e comércios e a operação”, diz Kohiyama. A fusão da fibra para levar cada ramificação era a tecnologia disponível até então e foi com ela o atendimento dos primeiros assinantes. Ocorre que fazer fusão para ativar cada cliente é um processo demorado e caro. “Logo isso se tornou um gargalo, já que os técnicos das operadoras conseguiam, quando muito, ativar dois clientes por dia”, lembra.
A evolução veio com os conectores, que viabilizavam redução no volume de fusões e agilidade na ativação de novos clientes. “A agilidade praticamente dobrou com a conectorização, algo que ainda hoje é bastante utilizado pelos provedores de internet na ativação de novos clientes”, ponta.
Atualmente, com a maior demanda por banda larga – impulsionada pelos serviços de vídeo e acelerada pela pandemia – a ativação de assinaturas precisa ser ainda mais rápida, ao mesmo tempo em que as redes devem ter qualidade, para reduzir manutenções, e menor custo operacional (Opex). “Dizemos que a preconectorização (Precon) é a terceira onda do FTTH. Os elementos – cabos e conectores – veem montados de fábrica, de modo que o conector não precisa ser instalado em campo. O técnico usa o kit de ativação e de forma plug and play ativa o serviço no poste sem ao menos precisar abrir a caixa de terminação óptica. Em seguida ele vai para a casa do cliente, onde faz a conectorização interna em poucos minutos. “Agora, aquele técnico que fazia quatro ativações ao dia começa a fazer oito ou mais. E melhor: sem a necessidade de ser altamente capacitado para fazer fusões ou conexões na rede externa”, defende Kohiyama
Segundo ele, com isso, começam-se a reduzir as situações nas quais o provedor faz toda a propaganda de oferta de banda larga numa região e depois não consegue ativar com agilidade o serviço na casa do cliente.
Topologias de rede mais práticas e baratas com o Precon
Na rede tradicional, o provedor deve ter o investimento de uma central office, de onde sai com o cabo de backbone, instala o splinter de primeiro nível no poste e segue com o cabo de distribuição até o splinter de segundo nível, localizado dentro da caixa de terminal óptica. Daí é montado o conector e o processo finaliza com a ativação da rede na casa do cliente. Esse á uma tipologia de rede tradicional, como explica o especialista da Fibracem, e é o que a maioria dos provedores faz ainda hoje. “Está funcionando, mas o provedor tem um custo alto, pois tem de pagar toda a estrutura de backbone, cabeamentos, etc. até as caixas de terminação óptica antes de começar a faturar com as assinaturas dos clientes”, avalia.
Com a rede preconectorizada, é possível obter melhor retorno sobre o investimento (ROI) inicial. Kohiyama explica que o cenário com uma central office e o backbone continua da mesma forma que a descrita anteriormente. Mas a diferença é que o investimento vai somente até a primeira caixa de terminação óptica. “A partir daí ativa a rede de acordo com a demanda. Então essa CTO pode servir como um hub que atende outras CTOs, preparadas cada uma para atender oito ou dezesseis assinantes”, explica, salientando que esse é uma das topologias possíveis e mais simples para o uso efetivo das redes Precon.
“Em suma, as Redes Precon oferecem vantagens operacionais em termos de velocidade no lançamento de rede, garantia do nível de sinal, elimina a questão crítica da montagem do conector em campo, o que pode variar a qualidade”, diz. “Além disso, caso haja um rompimento de cabo, com a rede Precon é muito mais fácil ligar uma caixa na outra”, conclui.
(*) O InfraDigital é um projeto comum de conteúdo do InfraROI e o do IPNews. Para informações sobre o formato, consulte Jackeline Carvalho (jackeline@cinterativa.com.br), Nelson Valêncio (nelson@canaris-com.com.br) ou Rodrigo Santos (rodrigo@canaris-com.com.br).