Rodrigo Conceição Santos – 16.12.2020 –
Consultor Marcius Vitale levanta os principais pontos que prejudicam a evolução, manutenção e operação das redes aéreas e subterrâneas.
Engenheiro com mais de 50 anos de experiência, o agora consultor Marcius Vitale dedica boa parte do seu tempo aos devidos procedimentos para implantação, fiscalização e aceitação de redes de telecom aéreas e subterrâneas. Egresso de operadoras e empreiteiras, ele recorre ao histórico de engenharia e boas práticas técnicas para militar em prol de uma reorganização das redes, hoje amontoadas em postes e galerias no subsolo. O especialista palestrou durante a 7ª edição virtual do FTTH Meeting, evento em realização nesta semana.
“Antes mesmo da Telebrás, tínhamos as general especifications, importadas do Canadá para a Companhia Telefônica Brasileira. Eram como as normas ISO daquela época. Depois, a Holding Telebrás, criada em 1972 e privatizada em 1998, controlava todas as 28 empresas de telecomunicações estaduais mais a Embratel e, não só continuou aplicando essas especificações, como as aprimorou, mantendo um alto nível técnico para redes de telecom e o aplicando rigorosamente em todo o território nacional. Essas práticas foram muito detalhadas e até hoje são válidas para diversas ocasiões”, lembra ele.
Além das operadoras citadas, havia os prestadores de serviços, esses sim em maior volume, com cerca de 350 deles atuando pelo país. “Essas empreiteiras – nas quais trabalhei em alguma – começaram a ser exigidas quanto à aplicação de normas ISO, oriundas da indústria nos anos 1990. Foi difícil no início, mas logo ficou clara a sua necessidade, que também persiste até hoje. Aliás, as empresas de telecomunicações que ainda não as têm, devem implementá-las urgentemente”, diz, pontuando que a qualidade técnica que experimentamos no passado pode ser solução de problemas para os provedores e operadoras atualmente.
Entre ISOs, práticas Telebrás e outras experiências, Vitale vem, desde os anos 1990, listando aspectos que podem impactar no sucesso de um projeto de rede de telecomunicações. São dezenas deles, e o InfraROI descreve, com exclusividade, alguns a seguir. “Alguns desses aspectos são de atuação direta do provedor regional ou do operador de telecomunicações e é deles que trato com veemência”, diz Vitale.
Aspectos que Impactam nas Redes de Telecom
– Aspectos voltados para Segurança no Trabalho com a exigência do cumprimento das ações cabíveis.
– Procedimentos quanto a aquisição de produtos e equipamentos de qualidade comprovada.
– Acompanhamento do desempenho de produtos instalados em campo.
– Treinamento da mão de obra envolvida nos setores de Planejamento, Projetos, Implantação, Operação e Manutenção das redes.
– Acompanhamento nos serviços de campo com uma fiscalização itinerante e bem treinada.
– Seguimento rígido das Normas e Padrões Técnicos exigidos, assegurando o cumprimento das práticas da boa engenharia.
– Remuneração justa aos prestadores de serviço de construção e manutenção da infraestrutura.
– Compartilhamento da infraestrutura das redes aéreas e subterrâneas com outros Ocupantes.
– Limpeza das redes aéreas eliminando cabos mortos e não identificados.
– Utilização de novas tecnologias devidamente testadas e adaptadas para as nossas condições de campo.
– Implantação de projetos aprovados pelos órgãos competentes.
(*) O InfraDigital é um projeto comum de conteúdo do InfraROI e o do IPNews. Para informações sobre o formato, consulte Jackeline Carvalho (jackeline@cinterativa.com.br), Nelson Valêncio (nelson@canaris-com.com.br) ou Rodrigo Santos (rodrigo@canaris-com.com.br).