Da Canaris – 13.11.2020 –
Com inscrições gratuitas, painel do FTTH Meeting explica o cenário caótico das redes aéreas e demonstra formas de melhorá-lo com ações dos municípios, das concessionárias de energia e das próprias ISPs.
Você sabe quem organiza os cabos de telecomunicações pendurados nos postes? A resposta é: quase ninguém. Isto explica a “confusão” de cabos que costumamos ver nas grandes cidades e confirma a necessidade de que haja novas regras e ações no setor. O assunto é tema de um painel especial da 6ª edição virtual do FTTH Meeting, evento que acontece em 17 e 18 de novembro, a partir das 19h00. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas neste link.
Os engenheiros Marcius Vitale e Carlos Kirchner estão entre os especialistas brasileiros mais dedicados ao tema e demonstrarão alguns procedimentos corretos para implantação e compartilhamento de redes de telecomunicações, além de contextualizarem a necessidade dessas ações diante do cenário desorganizado das redes aéreas atuais. “A situação é complexa, pois temos redes de TV a cabo, redes de cabos metálicos e ópticos de operadoras e provedores de internet, redes primárias e secundárias de energia, transformadores, braços de iluminação pública, amplificadores e dispositivos como armários de distribuição aéreos, caixas de emenda óptica, reservas técnicas e dezenas de canos galvanizados para subidas de lateral (eles interligam as caixas subterrâneas com a rede aérea)”, diz Vitale.
Com todos esses agentes, há por parte da concessionária de energia elétrica a determinação de um espaço para a instalação de outras redes que não sejam as suas próprias. Geralmente, ele é estipulado em 500 mm, onde cabem seis pontos de fixação distantes 100 mm uns dos outros. “É essa a faixa na qual as operadoras e provedores podem apoiar os seus cabeamentos”, pontua Vitale. Em cada um desses pontos, o conjunto de cabos ali postos não pode passar do diâmetro de 65 mm, incluindo a cordoalha, que costuma ocupar 5 mm. “No mercado atual, onde temos mais de 12 mil provedores de internet ativos, operadoras de TV a cabo e operadoras de telefonia local e de longa distância, fica claro que o espaço é obviamente insuficiente para abrigar o excessivo número de cabos colocados de forma desordenada por diversos ocupantes”, completa.
Para agravar o problema, há provedores que nem sequer retiram cabeamentos inservíveis (desativados) para abrir espaço à passagem de outros novos, e esse “caos” está agora em situação limite, na qual vários agentes devem agir estrategicamente para mitigá-la.
É o que explicará o engenheiro Carlos Kirchner. Segundo ele, os municípios são essenciais nessa atuação para promover o ordenamento de cabos sem deixar de cumprir as regras estabelecidas pelas concessionárias de energia e ainda agindo na retirada dos cabos inutilizados. “Ou seja, o poder público municipal tem competência para legislar sobre o tema e mostraremos como ele pode fazer isso durante a palestra do FTTH Meeting”, destaca.
Kirchner também mostrará como a competição predatória do setor de telecomunicações deverá ser regida no futuro próximo por estudos que estão sendo conduzidos pela Aneel e Anatel.
(*) O InfraDigital é um projeto comum de conteúdo do InfraROI e o do IPNews. Para informações sobre o formato, consulte Jackeline Carvalho (jackeline@cinterativa.com.br), Nelson Valêncio (nelson@canaris-com.com.br) ou Rodrigo Santos (rodrigo@canaris-com.com.br).
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